Contra7ivo... Omme ignotum pro magnifico

quinta-feira, julho 27, 2006

Patricia Highsmith e o seu mundo...


Uma das mentes que mais aprecio, não só pela originalidade em mostrar sempre um outro lado de uma história, não seguindo as leis da lógica, prendemo-nos ás suas páginas até ao último suspiro das suas personagens. Aos 16 anos, decidiu tornar-se escritora e em 1950 publica o seu primeiro romance, Strangers on a Train, mais tarde adaptado ao cinema por Hitchcock.
Embora seja normalmente incluída entre os escritores de romances policiais, Patricia Highsmith criou um universo muito pessoal e pouco típico do género, com temas recorrentes como a culpa e o sentimento de perigo iminente. As suas personagens relevam mil e uma tragédias, impensáveis e surpreendentes, compelidas a acções e sofrendo reacções, numa quase "mecânica da aversão"em que o sujeito provoca, pelo seu próprio medo, aquilo que mais teme.
De Highsmith há várias obras traduzidas, como Azul Cobalto (tradução de Ripley Underground), O Amigo Americano (tradução de Ripley´s Game) , O Grito do Mocho, O Talentoso Mr. Ripley, O Diário de Edith, Assassinos de Estimação, Pena Suspensa, Inocência Perversa, Doce Doença e outros. O conto que publicamos em nova tradução foi tirado de Little Tales of Misogyny, sendo que o meu favorito, como não podia de ser, Inocência perversa...lol
Mas quem melhor que eu para enaltecer esta devoradora de suspance que a evista The Times:
"Patricia Highsmith penetra no âmago dos seus protagonistas com tal ferocidade que nos faz devorar cadauma das páginas dos seus livros" (in contra capa d´"O diário de Edith")

sexta-feira, julho 21, 2006

Sabem, Aquele Sentimento...


Sabem aquele sentimento de ausência de sentimento que nos assombra a todo o instante e quase nos esgota a força de viver? Que nos força a levantar todas as manhas sem fôlego e quando olhamos para as pernas pensamos que são palitos prontos a ruir e cair como frágeis copos. Hoje sinto-me assim, como se não houvesse um amanha para contar que realmente existi. Sinto-me como se estivesse mais morto e inútil que alguma vez ousei estar. Olho-me ao espelho e vejo-me a cair num abismo sem fim e a rasgar toda a minha face por entre estilhaços que por ali pairam.
Sinto-me alegremente infeliz, com razão para dizer que alegremente vivo mas, que infelizmente sobrevivo.
Sinto-me naqueles dias que não deveria acordar, que não deveria ouvir o som dos pássaros na minha janela, que haveria de me perder no sonho onde so lá, aparentemente sou feliz. Agora surge-me um estado de perfeita confusão onde já nem sei o que penso ou o que digo, algo em mim parece querer esbotar, renascer, espalhar-se por aí, ora choro, ora rasgo um sorriso para disfarçar, ora sinto-me triste pelo passar, ora passo alegre na esperança. Que palavra interessante e esquesita, que nos leva a ter esperança? Um acreditar, e a questão poem-se, nestes dias como os meus, onde vais buscar a esperança? Ensina-me... mostra-me e mostra-te a ti mesmo, dá-me o caminho a percorrer e cria novos horizontes.

sábado, julho 15, 2006

O que seria de nós sem o alho...

Era uma vez um alho...
As origens do alho, Allium sativum, remontam cerca de 6.000 anos, ou até mais, se pensarmos na visão maometana de Satã a ser expulso do Paraíso, com cebolas a brotar da pegada direita e alho da esquerda. Julga-se que tenha surgido no deserto da Sibéria, que tenha sido levado para o Egipto por tribos asiáticas nómadas, dali tenha seguido para o extremo oriente através das rotas do comércio com a Índia, e depois tenha chegado à Europa. Para todas as culturas, seja a indiana, a egípcia, a grega, a hebraica, a russa ou a chinesa, o alho era um elemento quase tão importante quanto o sal. O que ditou a diferença de importância foi a rejeição pelas classes mais altas, pelo odor da planta. Até na aristocracia o alho fazia ar da sua graça sendo um indicador de classe social. Era entusiasticamente apreciado como alimento e medicamento pelas massas, o que fez com que o escritor francês Raspail o apelidasse de “cânfora dos pobres”.
A importância e a representatividade do alho na história da humanidade são indiscutíveis.
No ântigo Egipto, 7 kg de alho eram suficientes para comprar um escravo e, até meados do século XVIII, os siberianos pagavam os seus impostos em alho. Alho e cebola eram ingredientes essenciais na dieta de escravos e operários para que não adoecessem, não tendo faltado, por exemplo, na dos construtores das pirâmides. Foi largamente utilizado na conservação de carnes e até mesmo de cadáveres. Os egípcios usavam-no como parte do processo de mumificação dos mortos. Consta que no túmulo de Tutankamon foram encontrados seis dentes de alho e em cemitérios pré-históricos descobriram-se bulbos de alhos moldados em argila, que lá foram colocados para afastar os espíritos malignos.Por sinal, a nenhuma outra planta na história do mundo foi atribuído tamanho poder de destruir malignidades, poder este afinado com suas qualidades medicinais, sobre as quais já se publicaram mais de dois mil artigos em revistas científicas. Ao longo da Antiguidade, o alho foi considerado uma proteção dos vulneráveis ao mau-olhado – virgens, recém-nascidos, casais de noivos. No Egipto moderno, continua-se a realizar uma festa na qual o alho é comido, usado e esfregado nas portas e janelas para manter as forças do mal afastadas.

Efeitos sobre a saúde:

  • Aumenta a longevidade
  • Reduz os riscos de enfarte
  • Favorece o bom funcionamento do sistema imunológico
  • Reduz a glicose sanguínea
  • Reduz o colesterol LDL (mau)
  • Aumenta o colesterol HDL (bom)
  • Combate bactérias e vírus
  • Previne a aterosclerose
  • Previne cancro
  • Melhora a qualidade de vida
BASTA, expressões como "Cabeça de alho xoxo", "Misturar alhos com bugalhos", "Cheiras mal, cheiras a alho", não podem mais andar nas bocas do mundo! Temos que estimar os muitos alhos que andam por ai, "o que seria de nós sem o alho" Sendo assim, proclamo uma revolução, a revolução dos Cr... ups, dos alhos! :p

sexta-feira, julho 14, 2006

O Desconhecido...

O interesse procura-se e suscita-se, envolve-nos até quando menos esperamos. "Omme ignotum pro magnifico...", o mesmo que dizer, tudo que se não conhece (é tido) por magnifico. Tácito foi bem explicito nas suas expressões (Vida de Agricola, 30) aplicando-as à atracção que exerce nas imaginações o desconhecido. Mas, que desconhecido? O meu desconhecido não é igual ao teu, sim, ao teu e ao de quem está ao teu lado, dai cabe-nos a nós divagar e esclarecer o desconhecido que temos em nós e a dúvida mantém-se no ar, como?
E a resposta está em nós "Sint ut sunt, aut non sint" (Sejam como são, ou deixem de ser, Ricci)
E agora o Desconhecido ganha vida, torna-se nome próprio e dá vontade de dizer que somos o próprio Desconhecido. Nunca estivemos no impasse de não nos conhecer verdadeiramente? Ou por medos, ou por atitudes, ou por acções e posturas, por meras observações e até os costumes vulgares do dia-a-dia, nunca seremos capazes de dizer, Eu conheço-me! e se algum dia acontecer estaremos a perpetuar a maior ilusão da nossa existência, ou da existência de outrém.
Agora, neste gládio de dois gumes, não sei bem quem sou nem muito menos quem és, e isso que importa? Nascemos, vivemos, morremos, na ilusão, na pura quimera de tentar ou conquistar o estado de felicidade, sem nunca ousarmos nos conhecer, é o tal aborrecimento da vida regido por uma existência ociosa.

quinta-feira, julho 13, 2006

Eis que...

Ao fim de tanto divagar em blogs de real interesse, eis que surge a oportunidade de dar a palavra ás vitimas. Não, não foi para fazer a vontade de muitas familias e crianças que até no natal pediram esta boa nova, não, foi mesmo para parar de me armar em parvalhão e consciencializar-me que ser sarcástisco e critico dos outros não é vida para ninguém.
Mas, e ha sempre um mas nas minhas palavras, o karma esta-me nas entranhas e a perseguição persiste e quase me esgana, mas sobrevivo...
Mas, vou-me deixar de lamúrias e a pilinha de prata desta semana vai paraaaaaaaa....


A Paixão das Almas
de Ronlyn Domingue


Imagens de sonho de um amor intemporal…
Um romance espantoso e imaginativo que capta maravilhosamente a natureza do amor e de como este transcende todas as barreiras, até mesmo as da morte… Faz-nos pensar que afinal de contas vivemos numa vida que nada tem a ver com o destino.

A Paixão das Almas cruza duas histórias de amor, trágicas e redentoras, culminando num final inesperado que deixará os leitores sem respiração, recomendo como se fosse a cereja em cima do bolo que aproveitem as noites calorentas e numa varanda agradavel, folhear ao som da noite e à luz da lua, promove um bom clima de tranquilidade, merecido, nestas ferias..
Quanto ás personagens, um deja vú da autora, puras de originalidade e versatilidade não deixando de parte o realismo no tempo em que vivemos, fazendo deste um romance incrivelmente bem concebido que evoca o poder transformador do amor, da memória e do tempo.
Nº de páginas: 384 modestas páginas de uma leitura quase obrigatória e quanto ao final, nada revelo...... :p Quanto ás almas tenho esperança que existam, como e quanto uma verdadeira amiga...