Contra7ivo... Omme ignotum pro magnifico

domingo, agosto 13, 2006

Um sentido numa Lâmpada..

Um sentido numa Lâmpada...
Quantas vezes deitados, na cama, no muro, no chão, seja onde for deslumbramos uma lâmpada sózinha ao fundo de uma imensidão negra e vemos algum sentido nela?
É este pensamento que me tem assombrado nestes ultimos dias, o que faz realmente sentido? Ver a lâmpada, pensar na vida fixos na sua reluzente luz invadida por mosquitos e outros que tais que com zzz´s que não descançam de a conquistar.
É este o nosso espirito quando sofremos de solidão, quando a vida não nos dá um único descanço e estamos a um passo de nos afundar em dúvidas, incertezas, ambiguidades e tudo na nossa cabeça que dantes fazia sentido nos abate e persegue. Como é bom repousar e ver a aflita lâmpada, meditar sobre ela, atingi-la com culpa, ver nela os reflexos dos nossos pecados e com um desejo enorme de a esfregar sem nos queimarmos.
Arriscamos mesmo a atingi-la com o nosso passado, presente e futuro sem perceber que não passa de uma simples Lâmpada!
Lâmpada, sua atrevida da noite, que tanto me encantas, que tens tu de tão especial que me hipnotiza tanto? Passava a noite inteira a olhar para ti e a divagar por aí, num mundo áparte, numa realidade paralela que só tu me podes proporcionar.
Seus contornos, contam histórias, contos que uma vez vivemos e recordamos sem fechar os olhos, uma magia que nos consola do que foi esquecido e do que teima não sair da cabeça.
Do nada, a Lâmpada apaga-se, o famoso sentido desvanece, o meu olhar desvia-se lentamente para a escuridão, acordo, retorno á minha existência, levanto-me, ando e encaro o chão calcetado, bato á porta, ninguém acode, quero entrar, ando ás voltas e voltas, encontro uma entrada e repouso novamente. E, agora, que nostalgia guardo daquela frágil lâmpada que por momentos me deixava num transe profundo, há coisas inúteis que brincam com a nossa existência de alguma maneira, mexem e nos tornam mais lúcidos, que não estao nos livros, que não se aprendem, que não se limitam a sua fugaz existência.