Contra7ivo... Omme ignotum pro magnifico

quinta-feira, setembro 14, 2006

Acreditam em Anjos?

Quantas vezes olhamos para uma pessoa, amiga, familiar, alguém que temos bastante carinho, suficiente estima e torcemos o nariz e o peito enche-se de vontade de duvidar, serás um anjo?

Hoje sinto-me assim...
Acreditar ou não em anjos não é a questão, a sugestão é sentirmo-nos aconchegados a alguém algures neste mundo que nos possa compreender, que nos conheça e que nos satisfaça, quando só quer apenas um simples sorriso rasgado e propositado em troca, seguindo a generosidade angelical.
Quantas vezes nos questionamos de pessoas que querem o nosso bem sem fins lucrativos (aparentemente...lol) e que a nossa felicidade é o pão de cada dia de que se alimentam e com frases pré-programadas nos indicam o grau de contentamento, deixamo-nos em êxtase, arrebatando o nosso cantinho cá dentro.
A função de cada anjo varia da necessidade, mas sempre nos entusiama, nos vicia, nos envolve num mundo mágico, paralelo ao que fantasiamos diariamente, nos faz sentir vivos, especiais, muito especiais, incrivelmente especiais.
A nossa cabeça enche-se de dúvidas, incertezas, hesitações, medos, receios a toda a hora, ora nos assusta, ora nos aconchega, ora tememos um dia acordar e tudo não ter passado de um sonho, ora acordamos com uma palavrinha debaixo da almofada ainda quente. Tudo nesta nossa curta vida faz sentido, todas as coincidências, todas as sincronias, todos os acontecimentos remam para um sentido e compreender este mesmo sentido compete-nos a nós, decifra-lo, descodifica-lo e magicar que afinal a vida pode ser tao surpreendente como o anjo que temos.
"As pessoas influenciam-nos, as vozes comovem-nos, os livros convencem-nos, os feitos entusiasmam-nos."
(John Henry Newman)

terça-feira, setembro 12, 2006

Sabes aqueles dias em que te encostas a um canto e te tornas nostalgico? Entras num sonho, num pesadelo, num outro mundo, onde parece que viveste mil vidas e nenhuma esqueces, tratas-te como mero espectador num cinema a ver a tua própria peça, és encenador, actor, és o próprio guião e o fundo onde tudo decorre...
Sinto-me assim...
pego num pedaço de areia, deixo escorrer entre os dedos, parece facil deixar escapar, passo novamente e suavemente pela areia ainda humida e sinto o cheiro que a consome, olho no horizonte escuro e sombrio e questiono-me do porquê da essência daquele lugar que tanto me fascina e que tão bom companheiro foi em todas as noites de angústia, de saudade, de lucidez e confusão.
Ao partir, porque não vens comigo, meto-te no bolso, vamos os dois, sem trespaçar por entre os dedos e para qualquer lado que vamos contas-me as tuas histórias e eu troco mágoas, a minha mão é grande para te levar e não refutes, não te perderei.
Sempre quis escrever sobre ti, das vidas passadas que juntos, de mão dada passamos sem olhar para trás, nunca me abandonaste e sei que em ti, guardo sempre o meu mais claro refugio, já te escuto de olhos vendados, fazes parte de mim e como eu muitos solitários viciados em ti procuram um aconchego na alma, um ombro para chorar e serem compreendidos. E sabe sempre bem dizer, até amanha meu velho e fiel amigo...

segunda-feira, setembro 04, 2006

Um pedaço de mão esquecido num infinito sol...

Um pedaço de mão esquecido num infinito sol...
Nestes dias que correm desejo agarrar o sol... com tal ferocidade... capaz de o esmagar... reduzi-lo... melindrando os seus contornos... fazer dele um pontinho no céu... surpreender-me... sentir-me superior a qualquer consequência... sentir-me especial face a tudo que me rodeia...
Se me queimei... não... ainda sinto aquele picante ardor entre os dedos... por baixo das unhas... na palma da mão... em cada dedo...em cada traço... em casa pedacinho de pele... em cada golpe esquecido... que por momentos me seduziu... me encantou... me tornou poderoso de alguma forma, capaz do impossível... capaz do que nunca desejei...
É bom ousar asssim... praticar estes gestos com elegância... muitos simples... esquecidos... sem jeito e sem vontade... mas... que nos dão esperança e lucidez para acreditar... que o amanha não será pior... e que aquele que se perde... é o que encontra novos caminhos...