Patricia Highsmith e o seu mundo...
Uma das mentes que mais aprecio, não só pela originalidade em mostrar sempre um outro lado de uma história, não seguindo as leis da lógica, prendemo-nos ás suas páginas até ao último suspiro das suas personagens. Aos 16 anos, decidiu tornar-se escritora e em 1950 publica o seu primeiro romance, Strangers on a Train, mais tarde adaptado ao cinema por Hitchcock.
Embora seja normalmente incluída entre os escritores de romances policiais, Patricia Highsmith criou um universo muito pessoal e pouco típico do género, com temas recorrentes como a culpa e o sentimento de perigo iminente. As suas personagens relevam mil e uma tragédias, impensáveis e surpreendentes, compelidas a acções e sofrendo reacções, numa quase "mecânica da aversão"em que o sujeito provoca, pelo seu próprio medo, aquilo que mais teme.
De Highsmith há várias obras traduzidas, como Azul Cobalto (tradução de Ripley Underground), O Amigo Americano (tradução de Ripley´s Game) , O Grito do Mocho, O Talentoso Mr. Ripley, O Diário de Edith, Assassinos de Estimação, Pena Suspensa, Inocência Perversa, Doce Doença e outros. O conto que publicamos em nova tradução foi tirado de Little Tales of Misogyny, sendo que o meu favorito, como não podia de ser, Inocência perversa...lol
Mas quem melhor que eu para enaltecer esta devoradora de suspance que a evista The Times:
"Patricia Highsmith penetra no âmago dos seus protagonistas com tal ferocidade que nos faz devorar cadauma das páginas dos seus livros" (in contra capa d´"O diário de Edith")