Contra7ivo... Omme ignotum pro magnifico

quinta-feira, janeiro 25, 2007

hoje sinto-me verdadeiramente assim...

Sinto-me dividido entre a pétala que vi passar e um suspiro que me acalmou, entre uma canção teardrop que me encanta a cada toque e uma melodia cintilante que me arrepia os ouvidos, entre qualquer outro pássaro de cores vivas ou escuras e entre qualquer avestruz que disfarça a cabeça.
Queria-me manda-me asssim de cabeça, como nasci, de braços abertos, com carinho apertado pela vida, sem nada temer, sem nada com que me preocupar. Existe esse mundo? diz-me que sim que sou livre again.
Assim, a beleza reluzente das palavras da vida reside na coragem de enfrentar o toque dos espinhos, como outrora ouvira falar alguém, apenas para sentir o veludo da pétala...
Que toque nos atrai?
Que toque nos apoquenta a cada passo em falso ou mais acertado que damos á e sobre a vida?
E que retóricos suponho eu responder sem saber, afinal sou tão diminuto que ás vezes nem dou pela minha existência e edivagar assim não faz de mim nem do meu ego um gigante licaon, devorador, voraz insaciavel.

Alguma vez reflectiste por momentos, que afinal dentro de ti pode estar um gigante?

Daqueles em que não acreditavas e que em criança te atormentava?!

Afinal coragem ainda tens, pensas tu. Porque não a usas?

Podia estar mil horas a escrever sem parar, falar sem dizer, escrever sem mexer um único dedo que jamais cobiçava o calcanhar da palavra na sua ascensão...coragem!

Ás vezes ficamos muito tempo a pensar na coragem e em tentativas falhadas e nunca assumidas de erguer a cabeça e remar mais além para um mundo aparte onde não existem interfaces, apenas sigilos esconderijos escondidos e medonhos, que parecem ser sempre melhor opção do que a que temos.

É do tempo digo eu ...tempo...tempo, tempo, tempo demasiado a pensar, porque é no agir que está o ganho e como dizia a minha avózinha:

"O medo é o mais ignorante, o mais injusto e o mais cruel dos conselheiros"

4 Comments:

  • eternity et all, bem haja, que os textos, meros textos suscite a curiosidade e afirmação seja do que for e seja de quem for, são apenas desabafos, meros momentos, paragens no tempo, que tento pela experiencia, diminuta experiencia que tenho dignificar não o caracter pessoal, mas para fazer pensar, porque afinal de contas somos apenas uma gota neste oceano de pessoas, que cheiram e sentem tudo da mesma maneira, o que muda sao perspectivas, meras abordagens do que é inato e promissor a cada um.

    By Blogger Sir Buninhu, at quinta-feira, 25 janeiro, 2007  

  • Concluíndo as minhas breves palavras outrora citadas...Qual a virtude de atingirmos a pétala sem nenhum tipo de impedimento???Sem primeiramente termos sofrido os espinhos a trespassarem-nos a carne, tais lanças ardentes que destroem?!
    A pequenez da nossa passagem pela terra, leva-nos a valorizar a imensidão das coisas, apenas e só apenas, após o sofrimento inerente á batalha travada,por esse algo irrealizavel.
    O medo dos espinhos tem como objectivo proteger nos do contacto doloroso com o caule, mas concomitantemente impede-nos de atingir a doçura e aroma quente da pétala...Daí ser fundamenal a coragem...mas uma coragem audaz e diferente, de importância primordial:a coragem do ser humano se enfrentar a si próprio.Esta sim é a unica forma de fazer o mundo caminhar para o infinito.Coragem de longas introspecções, caracterizadas por um pensamento retórico, onde simultaneamente colocamos a questão e apresentamos uma resposta que nos pareça plausível...Perguntas do genero "Em que errei?O que devo mudar para impulsionar o mundo?"...
    So após a obtenção de uma resposta correcta e conveniente, prosseguiremos ao próximo nível...Só aí seremos livres para respirar fundo, numa paz interior intocável, repleta de ar puro e de raios de sol, em cujas comportas abertas deixam fluir um rio veloz de sentimentos.

    By Anonymous Anónimo, at quinta-feira, 25 janeiro, 2007  

  • Bem meu caro amigo:

    Primeiro de tudo devo dizer que a sua evolução tem sido notável. Quem não se recorda do texto sobre o alho? Apesar de muito interessante...era só o alho.
    Agora clicamos em busca do Contra7ivo e encontramos textos muito mais profundos que um simples alho.textos que tocam cá dentro, que nos fazem pensar, que nos fazem sentir tal e qual como tu!

    Continua com toda a coragem daquele mostrinho amoroso que existe dentre de ti... faz-te ao mundo e vive com todas as tuas forças. Porque meu caro amigo.. não há nada melhor no mundo que a vida.

    beijaaa

    By Blogger Unknown, at sábado, 27 janeiro, 2007  

  • Pegando meramente um título «Hoje sinto-me verdadeiramente assim...», será difícil descrever o que ainda ecoa cá dentro, mas que já não tem forma de refractar-se... Apenas reflecte, permitindo que muitas ondas se dissipem para o exterior!!!
    Sim, porque o vazio vai-se apoderando, o caos, o abismo vão confortando todo o meu corpo até ao quase infinito de núcleos celulares que o compõem, dando-lhe a inusitada informação que o fim está mesmo aqui..., apenas a meros passos! Estes passos já os contei inúmeras vezes e, sim, são tão finitos que me assusta o quanto estou próximo do abismo!!!

    Não é que tenha deixado de valorizar as perfeições de cada outro dia que nasce, pois afinal são essas imagens, esse calor, essas experiências que levarei comigo. Não é que tenha deixado de me preocupar em concluir tudo o que tenha na lista de tarefas importantes; apesar de já não incluir novas tarefas ou sonhos que se amontuem sem um sentido (talvez alguém seja suficientemente meu amigo para as concluir ppor mim, aquelas que ainda tenha o impulso de idealizar!!!).

    E, NÃo, não é que tenha deixado de aquecer a vida das pessoas por dentro, de as mimar e as fazer sentir que são especiais, pois merecem que o diga todos os dias!!!

    O que realmente é explicável e esclarecedor é o facto de, após apurada introspecção, perceber que os meus momentos felizes (se assim existem)são tão ínfimos que a minha memória já não os evoca, já os deixou lá a trás... São, se me permitem usar a analogia, os rodapés muito pequeninos (aqueles que precisam de lupa)que se encontram nos livros e que quase todos nós, comuns mortais, nos permitimos a mudar de página sem querer baixar um pouco mais o campo de visão para os significar..., para que o nosso horizonte não se desloque da realidade baça dos dias.

    Por tudo isso, e por ter lido este texto, permitam-me o relembrar e algo que ainda me absorve a mente todas as noites... Falando em rosas, nos seus espinhos e no seu veludo perfeito, ou quase intocável, para que não se torne irreal, lembro-me de um velho, com muitas rugas e mãos cravejadas de sucalcos, que tinha o dom de saber tocar em rosas, de não as poluir com a estupidez humana ou o embotamento emocional que nos conduz apenas, e meramente, à razão nua e crua. Este velho, com inúmeras outras rugas que esculpiam um rosto doce, colocadas no local certo do mimetisto do sorriso e da tranquilidade, sabia olhar para elas, tratá-las com carinhos, dar-lhes um pouco mais de mel dos seus sentimentos para as tornar ainda mais perfeitas... Sabia também cortá-las pelo sítio preciso e necessário para que pudessem embelezar e aquecer a vida de outro alguém.

    Mas, além de tudo isto, este velho tinha ainda outro dom: o irrepreensível comportamento de se demorar, durante o tempo de um pôr-de-sol em tarde de verão, a cortar um a um todos os espinhos dessas singelas flores, para as tornar ainda mais perfeitas. Fazia-o como se, caso apenas uma brisa ou sussurro pudessem criar o caos, tratasse do bem mais precioso deste Universo. Aqui, todo este ritual tinha um significado, o de dar a uma, e apenas uma, das suas netas o bem mais extraordinário, capaz de ser ainda mais perfeito em conjunto com o sorriso dela e servir como um dos actos mais rasgados de amor puro!

    Assim, todas essas rosas vermelhas e extraordinariamente aveludadas deixavam de ser um misto de beleza e perigo, para passarem a ser apenas, e somente, um objecto irrepreensivelmente perfeito. Quase como falassem: «quando te toco, como sou perfeita, e já não te posso magoar, deixa-me fazer que também sejas perfeita e intocável. Assim, podemos permitir que uma mera borboleta nos toque ou pouse em nós pois os meus espinhos não a vão assustar».

    No entanto, esse mundo perfeito, sem dor, sem caos, de amor puro e quente, de luz... deixou de existir, deixou de ser corpóreo, pois esse velho cristalizou as rugas e morreu. Levou consigo, juntinho a ele, uma singela rosa vermelha, muito gorda, aveludada e sem espinhos com purpurinas prateadas, como forma de lhe retribuirem todos os momentos e prazerosos qeu se esfumaram nas memórias passadas.

    Este velho é o meu avô, o meu maravilhoso avô, que onde quer que esteja, segura essa rosa perfeita e intocável... Por isso, como sei que não existirão tão ternos momentos e tão perfeitos, pois era sem dúvida o único que me deixava acreditar que o mundo ainda podia ser cor-de-rosa, às bolinhas brancas de algodão doce, sem caos, sofrimento ou abismo..., tudo me acorrenta à ideia de querer, através de um anjo, ir ao seu encontro e levar-lhe outra rosa assim perfeita.

    por isso é que tenho de morrer (dito de forma tão nua e crua nem parece assustador), tenho de cumprir o desejo, ou tarefa, que está acima de todas (quase como título rodeadado por linhas curvas de marcador fluorescente, a de concretizar a estratégia mais perfeita, eficaz e letal de morrer, prmitindo-me a levar comigo, bem presa e aconchegada na mão, uma frágil, singela e perfeita rosa vermelha aveludada e sem espinhos...

    Sim, hoje sinto-me verdadeiramente assim..., as lágrimas salpicam as teclas e escorrem pelos seus lados, mas sinto que assim tudo será extraordinariamente e irrepreensivelmente perfeito.

    By Anonymous Anónimo, at sábado, 23 fevereiro, 2008  

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